Aula 5 e 6_9 e 16 de Setembro


Dois em um porque me atrasei por estas bandas.

A aula do dia 09 foi reservada para a disucussão abrangendo problemas das áreas do pessoal da turma. Basicamente, o que gostei, foi poder compartilhar problemas para o ensino em outras áreas, principalmente as colocadas pelo pessoal de letras, que são maioria na turma. Questões como a do pessoal de estrangeira perder mercado para quem fez viagem ao exterior colocam em xeque o "por que" das licenciaturas e sua real função e representatividade social.

Quanto a visita do dia 16, feita ao colégio Odorico Tavares, não tive grandes surpresas quanto ao que já esperava encontrar. Uma estrutura de laboratórios (química e física) e biblioteca secundarizados, o PPP constituindo-se num documento enorme e de páginas amareladas... Indo por aí. Infelizmente não deu pra conversar com professores da área (estavam, com em toda Quinta pela manhã, em reunião do pessoal de ciências) para tentar ver se ao menos há motivação por parte deles no que toca ao trabalho.

A escola é enorme e com capacidade física para realizar várias coisas, mas deixa isso no plano das idéias.

Ao chegar no Odorico, a visão: estudantes por detrás das grades de entrada querendo comprar o seu lanche, na "tia" que fica na frente, impedidos de sair antes do término do horário das aulas.

Aula 4_02.09.10


Bem, discutimos o texto do Tardiff sobre os saberes da docência. Havia dito que não iria escrever sobre esse texto e mantenho minha palavra: vou escrever sobre duas partes dele que me chamaram particularmente a atenção.

Primeiro, que ocorre logo no início do texto, é quando o Tardiff vai tentar colocar sobre a importância da docência em termos conceituais. Antes, o simples fato de saber já tornava possível ensinar, quando as ciências e os saberes eram, por assim dizer, mais "puros": física, medicina, etc. Com a evolução e o aumento da complexidade nos saberes "primários" fez-se necessário a evolução também do "ensinar". Desse modo justifica-se a necessidade, mínima, de uma atenção aos saberes que envolvem a docência, que são heterogêneos e alguns bem peculiares.

Sobre a relação entre os docentes e esses saberes pesa um dos fatores que o autor apontou como causa da desvalorização dos professores. A relação é de distanciamento, o professor não interfere na elaboração do que deve ensinar e é empurrado pelos sistemas (escolares, curriculares, etc.), muitas a vezes, no "como deve" ensinar. Esse distanciamento interfere (1) na qualidade do ensino que deve prestar o professor e, conseqüentemente, (2) na desvalorização em si do trabalho dele.

Aula 3_26.08.10

Bem, menti quando disse que discutiria aqui o texto do Tardiff. Fizemos (a equipe que fiz parte nessa aula) um resumo de tópicos do texto em sala nesse dia. Se necessário, depois copio por aqui.

Hoje, vou me ater a apresentar um "textinho" que a Alessandra pediu que desenvolvesse para a próxima aula.



Reflexões sobre o ensino de Química

Bem, sendo a Química uma ciência iniciada comumente no Ensino Médio, a ele vou me restringir.

Essa ciência deveria seguir exatamente o papel que deveriam caber às disciplinas no ensino médio: preparar a pessoa para entender o mundo ao seu redor. Nesse sentido a Química cumpre um papel no mínimo interessante, no que confere a certas habilidades que um aluno deste nível tem (ou deveria ter) a capacidade de desenvolver, como saber se ele pode misturar marcas diferentes de shampoo e condicionador, entender o funcionamento de uma panela de pressão e qual o detergente ou sabão em pó mais adequado para lavar e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo, dentre várias outras habilidades.

A grande questão que pesa sobre o ensino de Química é que ela parece ser “ensinada” para (1) transmitir e somente transmitir os conceitos da química, sem aplicabilidade indicada, sem um histórico adequado ao entendimento e (2) preparar para as provas de Química em diferentes vestibulares. “Aprende-se” Química, como em boa parte das ciências, num método transmissor que força a imaginação do aluno do microscópico para que ele, então, numa odisséia interior, consiga chegar ao macroscópico. Conceitos sem o menor nível de fundamento são transmitidos e os alunos forçados a engoli-los e mentalizá-los.

A questão é que é a Química a mais experimental das ciências (por uma série de motivos que não cabe discutir nesse texto) e não há como uma interação com essa ciência na base do giz e quadro o tempo inteiro.

Os assuntos da disciplina deveriam ser ensinados levando em consideração a pergunta: “para que serve o Ensino Médio?”. Se, minimamente, abraçasse à resposta a esta pergunta, uma parte do problema seria resolvido. Outra parte se resolveria quando começasse a sair do macroscópico (contextualizado à realidade do aluno) para o microscópico.